segunda-feira, 26 de setembro de 2011

domingo, 25 de setembro de 2011

mentiras um


Obrigada por me teres amado ainda antes de existir, e por me teres adormecido com todo o carinho e amor que me alimenta ao longo dos tempos. Obrigada por teres sido diferente das outras pessoas que passaram na minha vida, por teres corrido atrás de mim, por teres sofrido por mim, por teres posto a tua fé da vida em mim. Por teres vibrado com os meus primeiros passos, com as minhas birras e primeiras palavras... Obrigada por me teres escolhido antes de saberes qual iria ser o teu destino, e o meu. Obrigada por me teres escolhido à frente das outras coisas, por teres estado comigo nos momentos mais importantes da minha vida. Obrigada por poder contar contigo em todos os momentos, mesmo aqueles em que a loucura se sente tão próxima que as lágrimas parecem chuva em dias de tempestade. Obrigada por existires da forma como existes, por me fazeres o número um na minha categoria, por teres um amor que se multiplica, e um tempo que se expande. Obrigada por me teres feito rir e chorar, por me teres repreendido e pegado ao colo tantas e tantas vezes. Obrigada pelo porto seguro.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

mar

Cansada de olhar para o porto, cheio de barcos a ir e a vir, ela sempre a servir cafés na esplanada, a ouvir os clientes chatos e incomodativos, que pedem o livro de reclamações para ver se lhe ficam com o e-mail para adicionar no Facebook, farta de chegar a casa e os pais estarem à mesa a jantar sardinhas com batatas cozidas, farta de ser a menina responsável da família e de levar tabaco e droga ao irmão que está na prisão, muito cansada do namorado que só vê ao fim-de-semana nos intervalos do futebol e que ela sabe que está com a Tânia às quartas-feiras, porque já os viu juntos... Cansada da vida, um dia ela pegou na trouxa, entrou num barco e foi para lá do horizonte.

domingo, 18 de setembro de 2011

I don't know why you say goodbye, I say hello

Olho para vocês e somos iguais, de certa maneira. Por outro lado, existe uma enorme distância entre nós, e mesmo que eu finja que ela não existe, mais cedo ou mais tarde, ela está lá, e afasta-me de todos. Nunca poderei ser igual a vocês, porque a verdade é que para ser igual a vocês tinha de inventar uma forma de não ser eu, o que me é completamente impossível. E gosto de acreditar que vocês não são iguais a vocês, que existem fronteiras entre o que vocês são em conjunto e em separado... Um todo nunca se esgota numa parte, não é? Ou é uma parte que nunca se esgota num todo? Ou os dois?
Se calhar o meu lugar é sem lugar, é simplesmente a pairar por entre os vários vocês, sendo que eu sou uma entidade á parte, que não pertenço a nenhum grupo específico primeiro porque não me receberam, depois porque me receberam e eu percebi que não haviam pontos de ligação e depois porque me afastei de todos. Li ontem uma frase cliché que dizia que construímos muros à nossa volta não apenas para nos protegermos, mas para vermos quem é que se dá ao trabalho de os tentar subir para chegar até nós. E, dado o decorrer dos acontecimentos, os meus dedos de uma mão chegam e sobram - talvez não sobrem, na melhor das hipóteses! Mas no fim do dia, cabeça com almofada, digo para mim mesma "antes qualidade que quantidade"! E bem, o amor multiplica-se, mas o tempo divide-se...

sábado, 17 de setembro de 2011

Triunfo dos Porcos

Hoje sonhei que nasci numa quinta parecida com a Manor. Os meus pais, que nasceram em quintas diferentes, ali perto, escolheram esta quinta porque ficava perto da estrada, e devido ao bom tempo. O meu pai era, claro, o cavalo Boxer, que obedecia à autoridade que, como sempre, vem de cima, e trabalhava para todos sem olhar a quem. Vivia disso, da obediência. De onde os meus pais vinham, que era o Mundo, traziam muitas ideias que tentaram implementar na quinta. Na quinta olhavam-nos de lado, com uma mão acenavam e com a outra apontavam. Mas isto é o que me contam, porque eu nasci no declínio da história, nunca senti na pele nada de nada, excepto o ar nos pulmões e uns zumzuns. Os mandamentos desta quinta eram um pouco xenófobos, ou seja, partia-se do princípio de que todos os que nasceram nesta propriedade eram dotados de um sangue único e especial, devido à inclinação do vento. Aparentemente, isto pode fazer lembrar a raça-ariana-que-nunca-deixou-de-ser-imaginação-de-um-doente-mental-comprovado, mas não, nada disso! Sempre vivi na incerteza de ser de lá ou de fora, uma espécie de Hermione do Harry Potter, que por um lado é feiticeira mas por outro lado tem pais humanos... Outro dos mandamentos era o de que se desculpavam comportamentos selvagens por crias com menos de 18 anos, visto que se encontravam numa fase de exploração do mundo, do bem e do mal, e por isso até essa idade, todas as crias tinham desculpas para o mau comportamento, facilitando assim a vida aos seus progenitores, que podiam passear-se descansados e de consciência tranquila, sem uma educação bem planeada ou executada!
Como pertencer à quinta não me dava qualquer prazer e havia um mundo maior lá fora, decidi explorar o mundo lá fora, passear, fazer novos amigos, mas nunca esquecendo de voltar a casa para respirar o ar puro. Apesar de ter o Boxer na família, sonhei que dois elementos da minha família eram iguaizinhos ao Snowball - tinham ideias para a nossa quinta, mas essas ideias não iam de encontro ao que os Napoleões queriam. Então, um dia depois de um dos Snowballs da minha família fazer uma dissertação em que atacava completamente o estilo de vida de alguns habitantes da minha Manor, dando atenção para as ideias que a nossa família trazia de fora, do Mundo, todos os Napoleões, que defendiam de peito aberto a liberdade, mas a deles, não a dos outros, decidiram atacá-lo em praça pública. Porque, como eu sei bem, no final é sempre assim

Todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais que outros!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

proud

é preciso que venha alguém de fora dizer que o que temos cá dentro é algo raro e de grande qualidade. Até quando?

sábado, 10 de setembro de 2011

reflexão


Não fui às Maldivas nem fiz um cruzeiro no Pacífico, mas fiz uma das maiores viagens interiores desde que me conheço como pessoa.
Viajei ao pânico, ao terror, ao medo, ao ódio e à desesperança. Chorei muito e tive muita vontade de desistir. Mas isso não faz parte da vida também? Também sonhei com dias melhores [que ainda não chegaram], e aprendi a viver com os que chegaram... Pelo menos vivi-os! Ri-me de coisas estúpidas, quis ajudar os outros, vivi com paixão, deixei-me levar, contei histórias de embalar e de encantar, acreditei, venci, fui derrotada... Tive Fé. Revolvi-me à noite na cama a pensar em como vai ser depois de amanhã, e adormeci a pensar que vai ser o que tiver de ser. Um dia de cada vez, pelo menos até à próxima manhã...