segunda-feira, 28 de março de 2016

fechar portas, apagar as luzes. e voltar atrás.

Este texto é uma metáfora.
Na minha vida, faço isto inúmeras vezes. Quer dizer, fiz. Tenho vindo a fazer. É triste, mas tem tudo a ver com impulsos e dificuldade em controlá-los. Abro e fecho portas, deixo-as semi abertas na esperança - muitas vezes vã - que alguém faça questão de entrar. Deixo as pessoas ficarem entre portas, não as convido para ficar, mas queria muito. E porque a vida é irreversível, as portas acabam por se fechar. E eu faço sempre questão de as trancar. Porque quando se fecha uma porta abre-se sempre uma janela - e aguardo por iniciativa do lado de lá, sempre o egoísmo, o orgulho. O Salazar dizia que estávamos "orgulhosamente" sós. Tento convencer-me disso. Outras vezes fico com vontade de me fechar a sete chaves, no meu mundo, deixar de ver o pôr-do-sol, estar só é a pior coisa do mundo, não foi para isto que eu nasci, viver é perder e ganhar, mas chega disso. Reabro janelas, abro portas. Do lado de lá, nada. Até porque nada é eterno.
E o ciclo repete-se...

terça-feira, 15 de março de 2016

ponto final parágrafo

Vivemos a vida toda à espera de qualquer coisa. De alcançar este ou aquele objectivo, que os outros mudem em função de nós, do que queremos e do que esperamos que eles façam e sejam. Do que um dia vamos ter para conseguir chegar nem sabemos bem onde. Ou que apareça a pessoa XPTO que vai transformar o nosso modo de estar na vida.
Os dias passam, as horas, os meses, os minutos, tudo na máquina misturadora do mundo.
De há uns tempos para cá sinto mais revolta que aceitação, parece que o mundo à minha volta vai lentamente partindo, e eu não sinto que vá na direcção correcta. Porque é que isto não pára de andar, porque é que até parados estamos sempre a andar?
Há duas semanas atrás respondia que não era dia de aceitar, era de questionar, de chorar. Hoje, igual. Porque não há anúncio que chegue para a dor, para a tristeza. Nunca estamos preparados para a infelicidade, Mesmo que aparentemente existam sorrisos, conversas de circunstância, setenta mil intelectualizações porque todos os rios correm para o mar...
O tempo suficiente dará as ferramentas para ver os pontos positivos do dia de amanhã. Ou de depois de amanhã. Por agora, espero fazer ponto final parágrafo à dor, como quando era pequena e o ditado acabava de vez.

Fim.