segunda-feira, 28 de março de 2016

fechar portas, apagar as luzes. e voltar atrás.

Este texto é uma metáfora.
Na minha vida, faço isto inúmeras vezes. Quer dizer, fiz. Tenho vindo a fazer. É triste, mas tem tudo a ver com impulsos e dificuldade em controlá-los. Abro e fecho portas, deixo-as semi abertas na esperança - muitas vezes vã - que alguém faça questão de entrar. Deixo as pessoas ficarem entre portas, não as convido para ficar, mas queria muito. E porque a vida é irreversível, as portas acabam por se fechar. E eu faço sempre questão de as trancar. Porque quando se fecha uma porta abre-se sempre uma janela - e aguardo por iniciativa do lado de lá, sempre o egoísmo, o orgulho. O Salazar dizia que estávamos "orgulhosamente" sós. Tento convencer-me disso. Outras vezes fico com vontade de me fechar a sete chaves, no meu mundo, deixar de ver o pôr-do-sol, estar só é a pior coisa do mundo, não foi para isto que eu nasci, viver é perder e ganhar, mas chega disso. Reabro janelas, abro portas. Do lado de lá, nada. Até porque nada é eterno.
E o ciclo repete-se...

Sem comentários: