domingo, 26 de julho de 2015

afinal, a minha vida não acabou na letra A

Olho para trás e lá estão vocês. Estão lá todos. 
Nos momentos maus, sempre que quis, estiveram comigo. Juntos rimos, trocámos sonhos, ideais, lágrimas de frustrações, de conquistas... Juntos enfrentámos correntes do mar, demos as mãos sob a noite cheia de estrelas, bebemos com muitos brilhozinhos no olhar. 
Eu gostava de ser uma fadinha, de vos arrastar das vossas vidas e transformar tudo em bonito e querido. Que triste e misera vidas estas as nossas, em que nunca temos tudo o que queremos - se temos o trabalho de sonho, faltará o grande amor vindo em cima do cavalo, se temos o amor falta o cavalo e o dinheiro para a casa, se temos a casa falta o dinheiro para os electrodomésticos...
Gostava que à minha volta fosse felicidade e amor, mas meus queridos, nunca vamos chegar à linha do horizonte, ela está lá para nos fazer avançar, mas não é suposto chegarmos lá...
Culpo o raio da nossa sociedade que nos educa a fazer acreditar que podemos ser quem quisermos - exceptuando que somos condicionados por tanta coisa, que até me dói a cabeça só de pensar... Por isso não, não podemos ser quem quisermos, seremos sempre melhores, a vida não se coaduna com perfeições, coaduna-se com imprevistos, com sorrisos, com amor, abraços, beijinhos e música. Sim?

Deitem fora as ideias de pantominice, os dramas, as lágrimas, as dores de cotovelo... Deitem fora as caixas negras e vivam a vida de olhos fechados e corações bem abertos!


(Dedico este texto a todos nós)