segunda-feira, 7 de novembro de 2011

contra-balanço

Se calhar fui eu que não soube onde procurar e fui desistindo de ver - porque com os olhos fechados consigo ser muito mais feliz do que com eles abertos. Tenho medo de voltar a ser feliz e a sorrir, medo de cair, ou de ver que afinal nem sequer me cheguei a levantar.
Somos tão frágeis, enganamo-nos tão bem (ou tão mal, nem sei), vivemos tanto tempo dentro de mentiras que contamos a nós próprios para nos embalarmos à noite, que um dia acordamos e damos conta de que vivemos do lado de fora da felicidade, à espera de vez para entrar... Estou tão cansada de me iludir, e de acordar de sonhos bons para realidades más - porque é que não acordo de sonhos maus para realidades boas? Não me interessa se tenho o poder de mudar isto tudo com o pensamento, não me interessa para onde vou mas o caminho que faço até lá chegar.
Não me basta saber que tenho de desconstruir medos e construir pontes entre as coisas boas que hão-de vir e entre as más que já passaram... Eventualmente, isto tudo já fez de mim a pessoa que sou agora. E nada mais a fazer, senão habituar-me à nova frágil "mim"...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Se tu me amas por causa da beleza, então não me ames!
Ama o Sol que tem cabelos doirados!

Se tu me amas por causa da juventude, então não me ames!
Ama a Primavera que fica nova todos os anos!

Se tu me amas por causa dos tesouros, então não me ames!
Ama a Mulher do Mar: ela tem muitas pérolas claras!

Se tu me amas por causa da inteligência, então não me ames!
Ama Isaac Newton: ele escreveu os Princípios Matemáticos da Filosofia Natural!

Mas se tu me amas por causa do amor, então sim, ama-me!
Ama-me sempre: amo-te para sempre!

(Adília Lopes)