segunda-feira, 28 de novembro de 2016

j.f.,

já não parto para ficar.
parto por não estar mais ninguém aqui, há tanto, demasiado tempo.
passei meses, semanas, dias, a repetir o mesmo - ó tempo, por favor, volta para trás.
não vai voltar.
parto porque há novos passos, novos rumos, novos pôres do sol para eu ver.
mais sorrisos para dar, gargalhadas, teorias malucas para (re)desenvolver.

aguardo-te do lado de cá,

Beijinhos,

S.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

fio condutor

sou sempre contra corrente.
e não hei-de descansar a cabeça na almofada antes de chegar ao destino - pôr-do-sol connosco nos braços, sorrisos na cara, felicidade na vida. os meus amigos por perto, os teus também.
força-me a acreditar que estou mais perto agora do que estava ontem, sim?

segunda-feira, 28 de março de 2016

fechar portas, apagar as luzes. e voltar atrás.

Este texto é uma metáfora.
Na minha vida, faço isto inúmeras vezes. Quer dizer, fiz. Tenho vindo a fazer. É triste, mas tem tudo a ver com impulsos e dificuldade em controlá-los. Abro e fecho portas, deixo-as semi abertas na esperança - muitas vezes vã - que alguém faça questão de entrar. Deixo as pessoas ficarem entre portas, não as convido para ficar, mas queria muito. E porque a vida é irreversível, as portas acabam por se fechar. E eu faço sempre questão de as trancar. Porque quando se fecha uma porta abre-se sempre uma janela - e aguardo por iniciativa do lado de lá, sempre o egoísmo, o orgulho. O Salazar dizia que estávamos "orgulhosamente" sós. Tento convencer-me disso. Outras vezes fico com vontade de me fechar a sete chaves, no meu mundo, deixar de ver o pôr-do-sol, estar só é a pior coisa do mundo, não foi para isto que eu nasci, viver é perder e ganhar, mas chega disso. Reabro janelas, abro portas. Do lado de lá, nada. Até porque nada é eterno.
E o ciclo repete-se...

terça-feira, 15 de março de 2016

ponto final parágrafo

Vivemos a vida toda à espera de qualquer coisa. De alcançar este ou aquele objectivo, que os outros mudem em função de nós, do que queremos e do que esperamos que eles façam e sejam. Do que um dia vamos ter para conseguir chegar nem sabemos bem onde. Ou que apareça a pessoa XPTO que vai transformar o nosso modo de estar na vida.
Os dias passam, as horas, os meses, os minutos, tudo na máquina misturadora do mundo.
De há uns tempos para cá sinto mais revolta que aceitação, parece que o mundo à minha volta vai lentamente partindo, e eu não sinto que vá na direcção correcta. Porque é que isto não pára de andar, porque é que até parados estamos sempre a andar?
Há duas semanas atrás respondia que não era dia de aceitar, era de questionar, de chorar. Hoje, igual. Porque não há anúncio que chegue para a dor, para a tristeza. Nunca estamos preparados para a infelicidade, Mesmo que aparentemente existam sorrisos, conversas de circunstância, setenta mil intelectualizações porque todos os rios correm para o mar...
O tempo suficiente dará as ferramentas para ver os pontos positivos do dia de amanhã. Ou de depois de amanhã. Por agora, espero fazer ponto final parágrafo à dor, como quando era pequena e o ditado acabava de vez.

Fim.

domingo, 31 de janeiro de 2016

a prova em como sou "timeproof"

Continuo, sempre, à espera do que já sei que não vem. Na esperança - vã - que a magia aconteça!
Hoje apetecia-me que alguém me acordasse com um balde de água fria. Podia falar em chinês, desde que eu entendesse que era para me desejar um Feliz Ano Novo. Porque se o Natal é quando um Homem quiser, porque não fazer um Ano Novo dentro do ano velho? Diz que é ano novo na China, eu estou numa de criar as resoluções e os desejos, que não tive tempo para processar tudo nos 365 dias de 2015.