segunda-feira, 29 de setembro de 2014

começar a andar

Desde sempre que soube que as minhas aquisições ao nível motor foram quase fora do tempo esperado. Por isso sempre vivi com a noção de ser atabalhoada, com dificuldade na coordenação e motricidades (fina e grossa). Em família, às vezes ouvia comentar que isso devia vir nos genes, uma teoria a que nunca dei muito troco até porque só eram nomeadas duas ou três pessoas de muitas.
Há uns tempos atrás, dizia a minha mãe que os bebés que começam a andar mais cedo têm o problema das quedas, que alguns depois da primeira queda não querem voltar a andar e voltam a gatinhar. Uns dias depois, lembrei-me de perguntar à minha mãe se eu fazia parte desses bebés. "Por acaso" sim.
E uma série de situações fizeram sentido para mim. Lembrei-me da escola, do ler, do escrever, do pensar, do sentir e do brincar, da faculdade, os primeiros tempos, da carta de condução, do medo de conduzir e de tudo quanto implique um movimento que perco controlo. Sempre um período mais ou menos complexo de habituações, e nunca a segurança plena. 
Ao que parece, a gravidade exerce a sua pressão em mim, desde pequenina. E isso, para mim, explica tanta coisa!