sábado, 17 de setembro de 2011

Triunfo dos Porcos

Hoje sonhei que nasci numa quinta parecida com a Manor. Os meus pais, que nasceram em quintas diferentes, ali perto, escolheram esta quinta porque ficava perto da estrada, e devido ao bom tempo. O meu pai era, claro, o cavalo Boxer, que obedecia à autoridade que, como sempre, vem de cima, e trabalhava para todos sem olhar a quem. Vivia disso, da obediência. De onde os meus pais vinham, que era o Mundo, traziam muitas ideias que tentaram implementar na quinta. Na quinta olhavam-nos de lado, com uma mão acenavam e com a outra apontavam. Mas isto é o que me contam, porque eu nasci no declínio da história, nunca senti na pele nada de nada, excepto o ar nos pulmões e uns zumzuns. Os mandamentos desta quinta eram um pouco xenófobos, ou seja, partia-se do princípio de que todos os que nasceram nesta propriedade eram dotados de um sangue único e especial, devido à inclinação do vento. Aparentemente, isto pode fazer lembrar a raça-ariana-que-nunca-deixou-de-ser-imaginação-de-um-doente-mental-comprovado, mas não, nada disso! Sempre vivi na incerteza de ser de lá ou de fora, uma espécie de Hermione do Harry Potter, que por um lado é feiticeira mas por outro lado tem pais humanos... Outro dos mandamentos era o de que se desculpavam comportamentos selvagens por crias com menos de 18 anos, visto que se encontravam numa fase de exploração do mundo, do bem e do mal, e por isso até essa idade, todas as crias tinham desculpas para o mau comportamento, facilitando assim a vida aos seus progenitores, que podiam passear-se descansados e de consciência tranquila, sem uma educação bem planeada ou executada!
Como pertencer à quinta não me dava qualquer prazer e havia um mundo maior lá fora, decidi explorar o mundo lá fora, passear, fazer novos amigos, mas nunca esquecendo de voltar a casa para respirar o ar puro. Apesar de ter o Boxer na família, sonhei que dois elementos da minha família eram iguaizinhos ao Snowball - tinham ideias para a nossa quinta, mas essas ideias não iam de encontro ao que os Napoleões queriam. Então, um dia depois de um dos Snowballs da minha família fazer uma dissertação em que atacava completamente o estilo de vida de alguns habitantes da minha Manor, dando atenção para as ideias que a nossa família trazia de fora, do Mundo, todos os Napoleões, que defendiam de peito aberto a liberdade, mas a deles, não a dos outros, decidiram atacá-lo em praça pública. Porque, como eu sei bem, no final é sempre assim

Todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais que outros!

Sem comentários: