segunda-feira, 29 de agosto de 2011

imaginei-te depois disto


Cabelo mais comprido e mais crescida, já não correrás na minha direcção e quando te vir pela próxima vez vou pensar na razão que tenho ao pensar que estamos mesmo determinados a ser infelizes quando nascemos a partir de determinadas mães e vimos de certas famílias. De certeza que a tua capacidade para falar vai estar muito menos diversificada, se fosse hoje dirias muitas vezes "ya" e "tipo", além das caralhadas típicas dos adolescentes.
Os teus olhos vão ser vazios e de ódio, já não os olhos de quem quer amor, mas os olhos de quem não o teve e perdeu a esperança de o ter. Talvez tenhas já filhos, às tantas antes de mim, como eu costumo dizer filhos ranhosos e ramelosos, com a roupa suja e babada. Todos os que passarem por ti e te tenham conhecido agora vão dizer que estava na cara, que não podias fugir ao destino de seres igual à tua mãe e seguir as pisadas do teu pai, que filho de peixe sabe nadar... Nunca ninguém vai pensar na diferença que podia ter feito na tua vida, na diferença em mostrar-te que um dia foste o número um de alguém, que alguém te amou mesmo, te desejou, te quis mesmo quando deixas o quarto de pantanas para ir brincar com as Barbies lá fora, que não faz mal sermos assim de vez em quando, se aprendermos a viver com as normas e as regras que os outros nos impõem. Pergunto-me se daqui a uns anos alguém se vai arrepender de não ter ficado contigo, não ter lutado por ti e te ter feito da família (mas da família a sério), te ter passeado e ensinado a ser feliz de base... Ou se se vão limitar a aparar os erros do teu futuro que são fruto dos erros deles no presente!


Sinto que todos te estamos a ver cair, pequenina... E ninguém quer ou é capaz de fazer alguma coisa! E desculpa eu estar em primeira fila...

1 comentário:

Monica disse...

Inês, Inês. Tiras-me as palavras. O que é raro..:X
beijinho grande**
Monica