sábado, 16 de julho de 2011

do amor em dias frios e de vento

Estás do outro lado da tempestade, talvez a pensar em mim, e eu queria que estivesses aqui, a minha mão na tua, o teu peito a suportar a minha cabeça, deitados na cama, a olhar para o tecto onde ia estar a passar o nosso futuro projectado magicamente. Queria muito saber que vou caber no teu coração, cheio e atafulhado de coisas, que não sou grande de mais para ele. Que vou poder pôr as minhas mãos nas tuas feitas de bocadinhos de nuvens, num dia à noite tu vais dizer "Posso ir para ao pé de ti?", e silêncio, claro que podes, eu gosto tanto de ti, no escuro, "Porque é que não me dás um beijinho, estou a pedir!" "Aqui não é o sítio", estamos na Baixa Chiado e está frio, tu tens aquele ar de actor dos anos 70, e és o mais lindo do mundo, em ti qualquer perfume parece que me deixa sempre assim, eu sigo-te, e gosto tanto de ver os teus amigos verem-me ao pé de ti, não sou a tua namorada mas quase, tu és mágico e nos teus olhos cabem mil sonhos, sabes tanto sobre tanta coisa, e eu quero saber-te todo. E um dia abro a porta do elevador e ali estás tu, de verde, lindo, mais lindo que nunca, e eu não sei o que fazer "O que é que vieste fazer?", hoje pergunto-me se foi aqui que tudo começou, apeteceu-me abraçar-te, estavas lindo, fui tão parva em não saber aproveitar as tuas mãos e os teus braços e os teus beijos, e quando me cantaste "There is a Light That Never Goes Out", quando me rodaste ao pé da Torre de Belém, quando me abraçaste mais, muito, e eu soube que era tua e tu eras meu, agora e até onde eu deixasse e tu nos levássemos. Tenho saudades de te conhecer, de te aprender, das discussões, das lágrimas, da falta de ar, de me apetecer gritar, do medo, das certezas... Às vezes parece que estamos a morrer por dentro, aos poucos, e eu penso se será que a vida é isto.
Estás do outro lado da tempestade e eu sinto que devias estar aqui, hoje mais do que nunca sinto a tua falta, do teu cheiro, das nuvens, das tuas mãos e do teu riso, de ti. E sinto que quando estás deste lado da tempestade é como se parte de ti nunca saísse de lá longe, sinto-te sempre presente e ausente, como se tivéssemos deixado um rasto de magia pelo ar que não conseguimos agarrar, não queremos, não podemos. O meu coração fica nas mãos quando penso que uma vez te disse "A nossa relação é como um bocado de gelatina que está a cair-nos pelas mãos. O que é que farias agora?", e tu respondeste. Eu sei que estamos no mesmo barco, agora sei que talvez eu seja realmente grande de mais para caber no teu coração, mas que tu pertences ao meu, que ninguém, nada poderia fazê-lo bater tão depressa e tão bem ao mesmo tempo.
E sei, tenho a certeza de que fomos as pessoas mais felizes que podíamos ter sido, juntos. E tenho a certeza que amanhã ou depois o sol regressa, os meus olhos nos teus, sem medos e gritos, a felicidade é efémera mas enquanto durar eu estou por cá.

1 comentário:

Anónimo disse...

=)*
Monica