Nos momentos maus, sempre que quis, estiveram comigo. Juntos rimos, trocámos sonhos, ideais, lágrimas de frustrações, de conquistas... Juntos enfrentámos correntes do mar, demos as mãos sob a noite cheia de estrelas, bebemos com muitos brilhozinhos no olhar.
Eu gostava de ser uma fadinha, de vos arrastar das vossas vidas e transformar tudo em bonito e querido. Que triste e misera vidas estas as nossas, em que nunca temos tudo o que queremos - se temos o trabalho de sonho, faltará o grande amor vindo em cima do cavalo, se temos o amor falta o cavalo e o dinheiro para a casa, se temos a casa falta o dinheiro para os electrodomésticos...
Gostava que à minha volta fosse felicidade e amor, mas meus queridos, nunca vamos chegar à linha do horizonte, ela está lá para nos fazer avançar, mas não é suposto chegarmos lá...
Culpo o raio da nossa sociedade que nos educa a fazer acreditar que podemos ser quem quisermos - exceptuando que somos condicionados por tanta coisa, que até me dói a cabeça só de pensar... Por isso não, não podemos ser quem quisermos, seremos sempre melhores, a vida não se coaduna com perfeições, coaduna-se com imprevistos, com sorrisos, com amor, abraços, beijinhos e música. Sim?
Deitem fora as ideias de pantominice, os dramas, as lágrimas, as dores de cotovelo... Deitem fora as caixas negras e vivam a vida de olhos fechados e corações bem abertos!
(Dedico este texto a todos nós)